Texto de 09/06/2013
“Blá, blá ,blá domingueiro...” e... Você
quer ir a meu aniversário? Está convidado(a)!!
Quem e porque está sendo
convidado: Não é por uma razão fútil. É porque você pertence a uma das três
gerações de pessoas que me querem muito bem e que são muito, mas muito
especiais mesmo, para mim.
O modo de querer bem varia, conforme a
subjetividade de cada um. O tempo do querer bem também varia:há pessoas que
conheço há quarenta anos. Outras, não faz três anos que entrei em contato. Das
mais antigas, aquelas que me acolheram nas suas casas, nos seios de suas
famílias, em um Natal que poderia ter sido muito solitário. Por exemplo, o
Professor e Dona Ruth e as acolhidas em Itacimirim.
Das mais jovens, Marcelinho.Nos tratamos
de "brother" e "sister" e fui eu quem limpou seu primeiro
cocô na maternidade.Tem também aquela que mais ou menos aos dois anos quando
seus pais mudaram para Brasília, quando ia a algum lugar na cidade nova, numa
graciosa angústia de reconhecimento perguntava: "Cadê a Basília?". Tem
você que mora em Novos Alagados e uma vez me deixou de olhos alagados. Tem o
filho que puxou à mãe no jeito quietinho e na escandalosa sensibilidade
poética: faz fotos e como meu pai, dá nomes lindos a seu próprio olhar.
Vitinho, o fotógrafo, já é pai de Mariana. Marcelinho é um
craque no basquete e como persevera em exercer seu desejo!
Dos meus contemporâneos, só dá para falar por alto. São milhares. Há aquelas ou
aqueles cuja afinidade se estabelece por serem parecidas
(os) comigo.Outros, são tão diferentes! Nem gostam de arte e
literatura...sequer de psicanálise....Mas quanto afeto por mim, cuidado,
generosidade! Se você está recebendo este e-mail é porque está sendo convidada
mesmo! Ou convidado!
Quanto às parecidas comigo, gostaria muito que aparecessem. Várias delas, não
sei a que classe social pertencem, não conheço seu estado civil, não sei
onde moram, nada dessas bobagens. Sei sim que são sensíveis.Que sintonizam com a
dor do outro e/ou se encantam com e/ou tecem um novelo de significantes
elegantes.Essas pessoas em geral não esquecem de dar retorno ao que escrevo no
meu "Blá, blá, blá....". O bonito é que não é por se encantarem com a
perfeição do que escrevo. Sei que às vezes consigo escrever direitinho, mas não
sou uma escritora. Essas pessoas se deixam tocar pelo que consigo deixar
entrever de mim no meu texto. Elas são particularmente especiais para mim.
Tem também tia Diná e os primos e primas. Sobrinhos queridíssimos por meu
pai, cada um com seu apelido. Particularmente meu primo do Rio. Carlos Geraldo, vou
fazer de conta que você estará aqui e lhe darei um abraço bem apertado.
Estou convidando Maninha. A doce odontóloga que compreendendo meus bolsos
furados, arranjou para mim um atendimento na ABO. Valeu, Maninha! Estou
convidando Newton. Ele me leva para lá e para cá, nunca esquecendo de perguntar
por minhas dores, num Português correto e com o cavalheirismo talvez aprendidos
com seu pai.
Finalmente estou convidando Nice, minha auxiliar doméstica, diarista,
que me faz companhia e me põe a par do noticiário cheio de sangue, assassinato
e polícia.Ai meu Deus! Ela me explicou: "é melhor ouvir no rádio do que
viver dentro de casa."Nice, você é uma figura.De fala alta e de modos
estabanados é capaz de um afeto sem medidas.No dia em que me acompanhou ao Hospital
Aliança chorou copiosamente porque eu sentia muita dor.
Há uma pessoa muito, muito especial, que com certeza não esquecerá do meu
aniversário e não poderá comparecer, por razões de dor na alma.Prometi a ela
que vou ficar feliz por saber que lembrará de mim.
Não posso deixar de registrar minha grande tristeza pela ausência de Rafael,
meu filho adotivo colombiano que mora em São Paulo. Por razões que escapam
a seu controle e também o deixam triste, Rafa não poderá comparecer. Meu
filho, até breve! Força!
Para o que exatamente você está sendo convidado (a): Não é uma festa. Está longe
de ser. Não sou chegada a festas. Creio que tudo começou quando as minhas
queridíssimas amigas irmãs Ana Cecília e Ana Helena que sabem quase tudo sobre
a minha vida e conhecem por inteiro o longo "perrengue" que ainda não
acabei de passar (estou bem melhor), para me fazerem um agrado, inventaram uma
história de uma surpresa de aniversário da qual outras pessoas queridas podiam
participar, bastando para isso acessar o e-mail de Ana Cecília.Supus
então que em algum momento eu ia querer saber que diabo de surpresa era essa e
agradecer ao vivo àqueles que participaram.Surgiu a idéia do encontro.
Na verdade, a vontade era fazer algo como
um almoço ou jantar na minha casa (cozinho bem) e receber as pessoas. Mas cadê
grana? Sei que grana costuma ser um assunto bem constrangedor sobre o qual
se evita falar. Para as pessoas que me são queridas, mesmo não sendo
íntimas, eu não evito. Em razão disso, todos vocês sabem que por problemas de saúde
passei alguns meses sem trabalhar ou trabalhando quase nada e ainda não
retomei por inteiro meu ritmo de trabalho, supervisão e estudos.
Muito envergonhada, comecei a trabalhar a
idéia de fazer algo para eu encontrar as pessoas no meu aniversário que não
implicasse em gastos. Primeiro, pensei num jantar por adesão.Mas aí, que
sacanagem é essa? O aniversário é meu, eu não tenho gastos e as pessoas vão
gastar num jantar? De jeito nenhum. Nada de jantar.Então baixei bem as
expectativas e resolvi fazer um encontro bem casual tipo CADA UM PAGA A
SUA E A AMIZADE CONTINUA, num local onde se pudesse fazer apenas um lanche e
que comportasse pessoas de três gerações diferentes , fosse seguro para
estacionar, pudesse ser num horário compatível para alguns colegas que vão ao
seminário da LETRA FREUDIANA, e, além de doces e salgados, tivesse um
choppinho. Ah, e principalmente tivesse um nome bonito.
É preciso ter DOCES SONHOS para
suportar um momento em que um poeta de 35 anos desaparece
dolorosamente. Suportar a responsabilidade que é de todos nós.Portanto, nada de
festa.Um modesto encontro de pessoas que me são queridas, cada uma a seu modo.
Você está convidado (a) independentemente de ter optado por participar da
surpresa preparada por Ana Cecília e Ana Helena.Pode levar o
maridinho, o maridão, a esposa, o namorado, a namorada, o companheiro, a
companheira, como quiser.Se puder confirmar a presença (só se puder) seria
bacana.O local infelizmente não aceita reserva e eu vou tentar chegar mais cedo
para garantir os assentos.
Tentarei fazer com que seja um encontro gostoso, o mais informal possível,
onde cada um se sinta querido e à vontade, independente de credo, orientação
sexual , classe social, côr da pele e idade.Você será muito bem vindo
(a)!
DIA: 19 de junho- quarta feira-uma semana após o dia dos namorados
HORA: a partir das 20:00h encerrando o funcionamento às 22:00h
LOCAL: DOCERIA DOCES SONHOS
P.S. Ana, querida, porque os "Sapatos de Orfeu" só cabem nos mansos
(bem aventurados como os que choram),nos tímidos e nos
poetas.Obrigadissíssima!!!!!!!!!!
P.S.Ana Helena, querida, obrigadão!!!!!Valeu!!!! Você é a luz do sol.
Marcia Gomes.
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