domingo, 4 de setembro de 2016


Subject: FW: "Blá,blá,blá domingueiro..."e...Mintocó ( 3 )
Date: Sun, 31 Jul 2016 20:46:58 +0000


Preâmbulos termináveis: Amigas (os) e colegas, primeiro peço desculpas por não ter enviado a minha "garatuja literária" no domingo passado. Felizmente está tudo bem comigo. Muito bem. Como há muito não estava. Apenas comi profiterole, sobremesa que adoro, e que talvez me traga recordações um tanto saudosas. O fato é que tive um sério mal estar gastrointestinal que durou todo o fim de semana. Um amigo querido observou que deslizo da maniçoba à comida francesa, contanto que não abra mão do que diz meu apetite. Achei engraçado.

Outro pedido de desculpa: venho notando, que apesar da minha reverência pela Língua Portuguesa, nos últimos tempos venho cometendo o que me parece sérios erros de escrita. Me dou conta só depois. Às vezes, muito depois. Fere um pouco narcisicamente pensar que são coisas da idade que vai chegando. Inapelavelmente a idade chega e vai nos levando, não é? Dei-me conta que na crônica do domingo antepassado, escrevi  "intensão", me referindo à análise em intensão que se alia à análise em extensão, com "ç". Devia estar muito mal intencionada. Mas não para aí. Com a finalidade de emprestar a alguns colegas do Espaço Moebius  meu trabalho de passagem para a psicanálise que apresentei em 2005 na Letra Freudiana aqui em Salvador, dei uma relida nele.

Além de identificar muitas incorreções conceituais ( isso não tem importância. Quase nada eu sabia de psicanálise naquela época. Estava iniciando bem do início minha formação teórica e estudei sozinha somente para escrever o trabalho e não submeti à correção de algum colega mais experiente), perceber que o discurso fica circunscrito ao registro do imaginário (isso também não tem importância. Além da minha inexperiência, isso reflete também o estilo de análise a que me submeti ) quando me exponho muito pela tonalidade autobiográfica do texto (grave defeito meu), observei que cometi vários erros de Português. É bem verdade que não fiz uma revisão da escrita. Mas nada justifica, por exemplo, que eu escreva que vou "destronar" o rei. Um horror!!! Meu querido amigo Boaventura, diante disso, deve estar revirando no túmulo. Peço desculpas a quem está lendo e a quem vai ler o trabalho, antes que eu faça a correção.

Para compensar esses graves erros de memória, com muito prazer informo a vocês todos que dei uma nova revirada na casa e finalmente achei o conto escrito pelo Sr. Josenilto. Lembram dele? O porteiro da noite do prédio do meu consultório que escreveu coisa linda sobre Ariano Suassuna e foi personagem de um escrito domingueiro meu. (Blog:   blablablazista.blogspot.com.br  ).  O conto se chama "Reflexões sobre o filme "A Vila". Quando eu ler, se ele autorizar, conto a vocês. Aproveito para informar que não vou poder ler agora e que continuo muitíssimo ocupada, sem poder ainda responder a vários E-mails de pessoas queridas, o que farei tão logo eu possa.

 Também tenho recebido muita coisa interessante que quero repassar para minha lista e não estou dando conta. Há em particular, um amigo queridíssimo e poeticamente dadivoso, a quem quero escrever com amoroso vagar e não deu tempo ainda. Só para vocês terem uma ideia, um amigo muito, muito querido me enviou o texto da fala de Marilena Chauí há dias atrás no TCA, já que não tive como conseguir um ingresso, mesmo adorando Marilena. A moral da história é que não tive ainda tempo de ler. Estou sem tempo, mas certamente cumprirei meu compromisso de fazer um telefonema no começo da semana. Amanhã ou depois. Sou intolerante com quem promete e não cumpre, seja qual for a razão.

Agora vamos ao mais importante. Ah, antes que me esqueça, o anônimo remetente da orquídea chamada "Chuva de Ouro" ainda não se identificou. A orquídea vai muito bem obrigada, cheia de vida. Mas obviamente, não é isso o mais importante. Jurei que no escrito de hoje não escreveria nenhum palavrão, mas não resisto. Quem manda flor sem se identificar é, no mínimo, um "punheteiro".

Então vamos ao que importa ainda de preâmbulos termináveis, antes de entrar no texto sobre "Mintocó". Decidi que a partir de agora vou tentar sair da predominante tonalidade autobiográfica no meu escrito de domingo, incursionando pela ficção. Também, tentarei, tanto quanto o meu inconsciente permitir, evitar usar um palavreado que por uma questão de rigor ético com meu ofício, deve ficar circunscrito exclusivamente aos espaços onde se exercem a psicanálise em "intensão" e "extensão".

 Depois que escrevo e envio, (não consigo ainda trabalhar meu texto antes de enviar, de modo, a com uma revisão, eliminar ou pelo menos exercer um controle consciente maior, sobre, o que sabemos, escapa, escapole, desliza no texto, para o que podemos chamar, com uma certa inexatidão, é bem verdade, de "Formações do Inconsciente"), tenho sentido um certo desconforto ao perceber que, sem querer (querendo?), posso estar vulgarizando a psicanálise (isso é grave) e expondo muito minha privacidade (isso também é grave), com uma certa permissividade excessiva com a constatação de, como diz Foucault, sermos montados pela linguagem, assujeitados a ela, queiramos ou não.

Tenho ouvido muitas opiniões de amigos escritores e sensíveis à escrita, que levam meu texto a sério, mas sempre observando que me privo de vir a poder, quem sabe algum dia, ser uma escritora, na medida em que, não trabalho meu texto. Isso, de, como diz um amigo escritor que considero brilhante, à moda de Drummond (quem sou eu, para isso?), engavetar o texto aposentando-o, para decantar. Só depois então, reescrevê-lo, levando em primeira conta o leitor, o destinatário, aquele a quem envio o texto, que quer lê-lo e "compreendê-lo". Na verdade, "compreender" não seria jamais o caso. Não gostaria de ser compreendida por meus leitores, nem acredito nisso. Melhor dizer, usufruí-lo.

Tenho observado que particularmente nos meus últimos escritos, tenho me permitido sem freio (isso será muito difícil que eu possa deixar de fazer. Muito difícil, mesmo!!) , usar e abusar de "brincadeiras" (a sério) com as palavras (isso é meu e não quero nem posso mudar), muitas vezes com mensagens cifradas só assimiláveis por um número reduzido de leitores (isso, definitivamente, tem que ser mudado e posso tentar fazê-lo). Não comando o rumo que toma meu texto e nem gostaria de fazê-lo. Ele simplesmente sai. Mas, depois de "saído" (lembrei agora que no interior se usa muito a expressão "você está muito saída". "Saída" no sentido de ousada, atrevida, exposta), devo cuidar de no mínimo dar uma relida, para torná-lo mais assimilável.

A propósito da decisão de sair da autobiografia, isso remete a milhares de discussões. Não vou entrar nelas. Não tenho estofo para tal. Mas posso pensar algumas coisas a respeito. Uma é a questão que muitos autores colocam de que todo texto é autobiográfico, do que não discordo. Isso não impede que possamos fazer alguns revestimentos no dito, principalmente para poupar o leitor de um enfrentamento doloroso com o que de "Real" nos acomete. O maravilhoso poeta Carlos Machado sabe fazer isso muito bem. É uma questão de sair da baboseira da escrita confessional. Drummond já nos advertiu que não vale a pena escrever sobre acontecimentos à moda de "desabafo". Isso acaba por ser um uso abusivo do leitor.

 Como aprendo com Machado, podemos fazer nossa "catarse", sem que o leitor se dê conta disso. Pelo contrário, possa fazer a sua. Nesse sentido, já que sendo todos nós seres de linguagem, inapelavelmente montados por ela, todo texto, autobiográfico ou não é ficcional. Gosto muito de me deparar com coisas que parecem ser paradoxais. Ao mesmo tempo, autobiográfico e ficcional? Sim, por que não? Talvez a ficção enquanto literatura, saindo da baboseira autobiográfica, seria apenas usar alguns artifícios linguageiros  que nos permitam supor, principalmente ao leitor, que estamos inventando. E de fato estamos.

Lembro de um exemplo interessante a respeito desta questão. Sou muito chegada a fazer "provas de amor". Muito romântica (que besteirada!!), tomada pela suposição que "amar é dar o que não se tem" equivalendo a tirar leite de pedra (nada) e oferecê-lo ao objeto amado. Pois então. Quando por volta de outubro a novembro de 2014 fui tomada pela preocupante notícia de que minha mãe tinha um câncer e que, com a saúde frágil, teria que se submeter a uma mastectomia, não contei conversa. Ou melhor, contei conversa. Naquela época, Dona Myriam não estava  ainda tão comprometida como está agora (a partir dos traumáticos acontecimentos que cercaram seu pré operatório, cirurgia e convalescença) do que gostam de chamar os  neurocientistas de Mal de Alzheimer. Então ela adorava ler meu "Blá,blá,blá....", minha crônica domingueira. Assimilava o que estava escrito (às vezes não) e se divertia. Eu, a maior parte do tempo, geograficamente distante dela, pensando como poder alentá-la certificando-a do meu amor, literalmente tirei leite de pedra. E isso dói.

O que fiz? Acho que todos vocês sabem que quando eu tinha 10 anos meus pais viveram uma separação conjugal muito mal digerida por minha mãe, até hoje. Creio que também todos vocês sabem que ela a partir dali sempre fez uma leitura desqualificadora da figura de meu pai. Leitura muito diferente da minha, que sou, ainda hoje, uma Édipa quatro cruzes. Apaixonada por meu pai e muitíssimo grata por tudo de bom que pude usufruir dele. Mas, por amor a minha mãe, contei conversa.

 Escrevi para ela ler, com essa finalidade, mas enviando também a vocês (a prova de amor tinha que ser completa. Para mim, por um lado com muita dor, por estar traindo a memória de meu pai, mas com alegria por estar alegrando muito minha mãe, por saber que muitos leitores meus iriam partilhar da leitura dela) inúmeras crônicas domingueiras relatando episódios pitorescos depois da separação conjugal, onde ela sempre aparecia como uma vítima de um marido e (o que é pior) pai de filhos terrível, que sequer lhes dava pensão alimentícia ( foi ela quem recusou a pensão, por orgulho de mulher ofendida. Hoje recebe todos os direitos de viúva deixados por meu pai).

 Ela se tornava uma verdadeira heroína, lutando corajosamente para criar os seus filhos e sobreviver dignamente. Quem de vocês não se identificou com ela e acreditou nos "fatos" que eu relatava? Eu recebia vários retornos ao "Blá, blá, blá...." dizendo (o que não é mentira) que minha mãe era uma mulher maravilhosa, lutadora, corajosa, às vezes até uma feminista. Eu, tirando leite de pedra, mandava todos esses comentários para ela ler. Dona Myriam ficava feliz da vida.E assim foi, até ela se recuperar totalmente da cirurgia. Não foi fácil tirar leite de pedra. Dar a ela o que eu não tinha. Não tenho dúvidas que esta minha incursão pela ficção contribuiu e muito, para minha mãe sobreviver à cirurgia e se recuperar. Muitas vezes, escrevi chorando, episódios muito comoventes e engraçados, onde ela era a heroína. Meu amado pai, não aparecia em nenhum relato. Mas ele, desde os 45 anos, está morto e, tenho certeza, compreenderia essa minha dolorosa incursão na ficção para ajudar a mantê-la viva. Então, fazer ficção é tirar leite de pedra. Me permitindo um pouco só o uso da linguagem cifrada, é trocar 1959 por "Sagrada Família", em prol do leitor.

Na verdade, era eu, mas não era eu quem escrevia. Não por acaso, meu nome é Marcia (sem acento-  talvez uma provável maciez?) Myriam. Me identifico socialmente como Marcia. Só muito recentemente aceito com naturalidade ser chamada de Marcia Myriam. Vai ver era Myriam, não Marcia, quem escrevia. Dona Myriam, jamais soube ser macia. Era "barraqueira". Eu, às vezes fico muito brava, mal criada. Particularmente com gente instruída, mas que se apresenta burra, e além disso, teimosa. Não tenho muito jogo de cintura com quem se apresenta arrogante na sua ignorância.Só lido bem com isso, com pacientes e alunos. Também posso ficar muito Myriam "barraqueira" se suponho alguém estar querendo me fazer passar por boba.

 Isso me lembra muito a conferência de Foucault que virou livro, intitulada "O que é um Autor". Nela, Foucault questiona a possibilidade da autoralidade (autoria) na medida em que ao invés de escrever, somos escritos pela linguagem, ficando, portanto, na condição de sujeitos afanisados. Creio que com todo esse blá,blá,blá, expliquei um pouco a vocês a minha decisão de fingir fugir do viés autobiográfico, dando ao texto revestimentos de invenção deliberada (não será isso o que distingue o verdadeiro escritor de um amador?), criando, sem que esteja fingindo, artifícios para que o texto venha a pertencer mais ao leitor, do que a nós próprios. Fugir da posse da palavra sobre nós, é impossível. Mas digamos, talvez possamos fazer com a invenção, um semblant, sem estar fingindo.Como diz o povo no interior, estamos "astuciando". Palavra usada no sentido de inventar.

Então para sacramentar a minha decisão de incursionar pela ficção, inventei a personagem Mintocó. Muito "me tocou" de tão sofrida. Por isso, a procrastinação à moda de Hamlet, que cada dia adiava a decisão de matar seu tio Cláudio, para vingar seu pai. Já estou na Mintocó (3 ), dizendo muito pouco sobre ela. Creio que não concluo hoje, mas lhes falo de Mintocó. Filha caçula de uma prole de quatro, todos nomeados pelo pai à moda de neologismos. Talvez, uma pequena exceção para a filha mais velha, um misto de nome e invenção: Sandreira de Oliveira Júnior. Esta, como lhes contei, pela minha invenção, estava pelo pai destinada a ser homem. Quando ele entrando na maternidade, abriu a fralda do bebê e viu a castração encarnada ao pé da letra, saiu emputecido. No cartório de registro, não suportando admitir o que vira, registrou-a com nome misto de mulher e homem, ainda chamada filho do pai: Sandreira de Oliveira Júnior.

Vamos seguindo a história de Mintocó, aproveitando, tanto quanto possível, para sair um pouco daquela coisa misteriosa, um tanto abusiva, da linguagem cifrada. Lembro que escrevi no texto anterior, Mintocó (2) : A Mintocó que inventei, me dói, me mói, como à cana para fazer caldo com pastel de palmito no Largo de Pinheiros. Me dói, me mói, me rói como o rato às entranhas da dama e do pai do homem.

Então já disse que Mintocó me dói, por ter sido inventada uma personagem muito sofrida. Me mói, como à cana para fazer caldo com pastel de palmito no Largo de Pinheiros. É outra metáfora de dor, de sofrimento. Quando eu morava em São Paulo, ia muito a uma pastelaria no Largo de Pinheiros, comer pastel de palmito com caldo de cana. Eu adorava. Mas, quando via a cana sendo moída, sentia muita aflição, aquela coisa de virar bagaço passando por aquela máquina. Provavelmente era eu que estava me sentindo moída pela máquina. A máquina da sociedade capitalista que destrói a ética nos reduzindo a bagaço. A máquina que leva até os supostos amigos a passarem uns sobre os outros, moendo-os e lhes roubando vagas de emprego, sem lhes permitir que voltem, quando de direito.

É claro que dói, mói, rói, é um crescendo rimado de palavras que remetem a dor. A imensa dor que a história de Mintocó me causa. A ponto de compará-la ao rato do famoso caso clínico de Freud, "O Homem dos Ratos". Um paciente obsessivo que tinha o pensamento aterrorizante de que ratos entravam no ânus das suas pessoas mais queridas: a mulher amada e seu pai.

Quando no texto Mintocó (2 ) e mesmo no Mintocó (1) me refiro à cadeia borromeana como se fosse uma personagem, na verdade estou tomando cadeia borromeana como equivalente à psicanálise. Na verdade, cadeia borromeana é um conceito psicanalítico de uma certa complexidade e para muitas pessoas, inovador. Eu entrei recentemente como participante da instituição de psicanálise Espaço Moebius. Tenho participado de várias atividades lá. Como tudo que tenho estudado, é relativamente familiar e conhecido, mesmo sendo os professores excelentes (já tenho 10 anos de estudo de psicanálise na Letra Freudiana em Salvador, já participei de vários cursos e seminários em outras instituições e também com pessoas muito preparadas como Alone  Gomes e Arlete Garcia, sem falar em Cristina Ferraz, minha "mestra" mais assídua e muito preparada. Além disso, tenho pelo menos 30 anos atuando na clínica, sou muito estudiosa e gosto de passear por outros campos de saber), então acaba que a Topologia da Cadeia Borromeana é o assunto de estudo que tem me instigado mais, despertado minha curiosidade. Por isso, tomo a palavra às vezes como uma personagem, metaforizando a psicanálise.

Quando, ao final do poema de Drummond intitulado "Declaração de Amor" e que vai ritmadamente dizendo lindos nomes de flor, eu digo que também ao poema se poderia dizer "meu repolho", é porque ganhei de um excelente poeta um poema comparando o processo de análise com um desnudamento tipo a retirada das folhas do repolho, quando não se sabe qual folha vai ser retirada. O poema, além de lindo, é muito sagaz, porque o repolho é feito em camadas. Em psicanálise a gente fala disso como a retirada das camadas de cebola. Ao dizer que se poderia acrescentar "meu repolho" ao poema de Drummond, estou fazendo uma certa ironia com o anônimo remetente da orquídea que se chama "Chuva de Ouro". Na verdade, estou dizendo que tomo muito mais um poema como o que recebi como uma espécie de declaração de amor, do que o recebimento de uma flor de remetente anônimo .

Será que deixei mais alguma coisa mal esclarecida pela linguagem cifrada? Ah, já me lembro. Teseu, tesão, minotauro, ariadne, labirinto. Não teve isso, no Mintocó (2) ? Já não me lembro em que contexto falei. Mas é que logo que retornei de São Paulo a Salvador, tive um namorado por quem fui muito apaixonada, pra variar, brilhante e erudito. O homem era esfusiante de inteligência e um perfeito cavalheiro. Líamos Joyce em inglês, Shakespeare em inglês, Lewis Carrol, e por aí lá vai. Querendo não fugir a fazer uma prova de amizade muitíssimo importante, muito mais importante do que as leituras eruditas em inglês, descumpri uma séria promessa feita a ele.

 Então ele rompeu comigo pra variar à moda erudita, me presenteando com o mito do minotauro escrito por Júlio Cortázar, com uma dedicatória mais do que cifrada (pelo menos para meu QI)  comparando-se ao minotauro que estava sendo sacrificado e se referindo a outras pessoas que tinham a ver com a história como Ariadne, Teseu, aquela nossa conhecida história mitológica do labirinto. Não entendi quase nada. Só sabia que ele estava rompendo comigo e se sentindo vitimado. Chorei pra me acabar, senti muita falta, mas sem arrependimento. Desde criança exercito o "NÃO ME VENDO". Lembram do poema de Augusto de Campos que lhes mandei ontem? Pois é. Não estou à venda. Pelo contrário, pago o preço. 

Mas vamos encerrar retornando a Mintocó. Como lhes disse no escrito anterior  (Mintocó 2) era uma  menina  linda.  A irmã mais apaixonada por ela era Telebrevindas. Imaginem o romance familiar: nasceu Sandreira de Oliveira Júnior, a mais velha, em seguida Telebrevindas, a segunda, e depois o menino, Doutor Bederodes Especialista em Doenças de Cabras e Bodes. Isso tirou o tapete de Telebrevindas. Um irmão menor, e homem? Qualquer hora vou falar exaustivamente sobre isso. Mas ainda preciso inventar. Resultado: quando nasceu Mintocó, mulher e caçula, Telebrevindas caiu de amores  por ela.

Encerro por hoje, finalmente referindo a uma muito interessante idiossincrasia subjetiva de Mintocó. Ela, por volta dos 6 a 8 meses, tornou-se no berço, coprófila das madeixas. Como? Sei lá !! Coisas da ficção. Quando Telebrevindas, irmã cuidadosa, ia olhá-la, ao amanhecer, encontrava-a com cocô enrolado aos seus cachos de cabelo. Pura verdade da ficção. Até a próxima.
                                                                                                                     Marcia Myriam Gomes
P.S.  Agradeço ao meu querido amigo Carlos Machado, sendo um erudito, rigoroso amante da Língua Portuguesa, nunca ter me chamado de Marcia com acento agudo. Meio "despimbolada" do juízo, e talvez, desocupada para o que rege a convenção, fui olhar em todos os E-mails desde 2013 quando nos tornamos amigos, por internet. Nos conhecemos pessoalmente somente em 2015. Também agradeço a ele ter passado a me chamar de Marcia Myriam, somente  quando eu autorizei, pelo que me elogiou. "Despimbolada", é com base em critérios como esses, que seleciono os amigos e aprofundo amizades.

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